Qualquer município deste Estado deveria
sentir orgulho se tivesse como nome o do Jornalista Pedro Avelino. Nascido em
Angicos, em 19 de maio de 1861, batizou-se em 30 de maio do mesmo ano, tendo
como padrinhos Luiz Gonzaga de Brito Guerra e Anna Teixeira de Sousa. Casou-se,
em 27 de Outubro de 1885, com Maria das Neves Alves de Sousa, irmã do Capitão
José da Penha. Participou da “Campanha da Salvação”, em 1911, chefiada pelo
cunhado, Capitão José da Penha. Em 1897 foi Administrador dos Correios em nosso
Estado. Em 1912 foi nomeado para o cargo de Prefeito do Acre. Finalmente,
depois de voltar de Paris, onde foi cuidar da saúde, foi nomeado Tesoureiro de
Estrada de Ferro Central do Brasil. Faleceu em 20 de julho de 1923. No dia 19
de maio, completa 148 anos do seu nascimento.
Era patrono da cadeira de nº 6 da
Academia Potiguar de Letras. No seu discurso de posse, na referida Academia,
Antonio Alves de Oliveira, disse entre outras coisas do Patrono o que se segue:
“Pedro Avelino revelou desde cedo
natural pendor para as lutas da imprensa, marco de sua carreira literária,
ingressando na vida pública ao tempo em que o regime republicano vinha de ser
inaugurado no Brasil, e cuja consolidação no Rio Grande do Norte havia sido
confiada com muito acerto ao tino político do notável brasileiro Dr.
Pedro Velho de Albuquerque Maranhão.”
Continua Antonio Alves, “em 1879,
contando 18 anos de idade, órfão de pai, com o encargo da família, passou a
residir no Recife, exercendo, ali, sua atividade no comercio até 1884. Regressando
ao Estado no ano seguinte, recomeçou com maior decisão sua vida literária.” Diz
mais Antonio Alves, “Proclamada a República em 1889, a cuja propaganda dera
também o seu contributo como jornalista comentando os fatos políticos da época
pela imprensa, Pedro Avelino tomou a deliberação de fundar em 1892 o seu
primeiro jornal, o seminário “O Caixeiro” de propaganda republicana, traçando
no editorial sua linha de conduta: “O Caixeiro não é órgão de caixeiros, nem
mesmo do comércio: aspira a mais dilatados horizontes na arena jornalística.”
Por sua vez, A Republica, diário oficial do novo regime no Estado, noticiando o
aparecimento frisava: “E sério sem tristeza; altivo sem violência.”
Conhecido, então, como um dos
jornalistas mais completos, admirável na dialética com que analisava os
fatos, sobretudo porque não havendo freqüentado curso universitário (o cultivo
do espírito apenas se resumiu nos rudimentos adquiridos em escola primária, na
época mais necessária de sua formação intelectual) Pedro Avelino foi, por isso
mesmo, a revelação de uma inteligência prodigiosa, de um espírito arguto,
esclarecido e equilibrado e que facilmente aprendia os motivos a serem
analisados e combatidos.”
Em janeiro de 2007 fui fazer uma visita
à cidade de Pedro Avelino em busca de informações, retratos ou bustos de
Pedro Celestino da Costa Avelino. Tais informações ou as fotografias que
pudesse obter fariam parte do meu livro e poderiam servir de subsídios para eu
descobrir o elo que ligava Pedro Avelino e Georgino Avelino a minha família.
Até então, só tinha pistas, mas nenhuma prova mais concreta.
Quando cheguei à cidade procurei, logo,
por Sérgio Theodoro, o Prefeito na época que trabalhou comigo na Secretaria de
Administração do Estado. Lá chegando perguntei, de saída, por um retrato ou
busto do Jornalista Pedro Avelino. Não havia nada para espanto meu. Sérgio
mandou buscar José Wilson pessoa que segundo ele poderia dar maiores
informações. Quando ele chegou expliquei meu intento e aproveitei para
perguntar sobre documentos da Câmara Municipal, os mais antigos que
houvesse. Não havia, e a única coisa que ele me mostrou foi um livro de
ata de instalação do município.
Soube, naquele momento da visita, que
todo esse descaso com o homenageado vinha da insatisfação originada pela
mudança no nome da cidade que já tinha se chamado Gaspar Lopes e depois
Epitácio Pessoa, e que aquela nova mudança tinha sido imposição do Senador
Georgino Avelino, filho de Pedro Avelino.
O livro de atas só continha aquela
instalação e já estava corroído pela traça em algumas folhas. Sugeri que
fizessem rapidamente uma microfilmagem, digitalização ou imagem do mesmo. Com
um tempo depois recebi pelas mãos de Sérgio Teodoro uma cópia do documento.
O começo da ata trazia a data da
instalação e as principais autoridades presentes, e por isso transcrevo para
cá.
“Ao primeiro dia do mês de janeiro do
ano de mil novecentos e quarenta e nove, as doze horas, no prédio da prefeitura
municipal de Pedro Avelino a rua 15 de Novembro, presentes o Exmo. Snr.
Governador José Augusto Varela, Exmo. Snr. Senador Federal Georgino Avelino,
deputado Federal Deoclécio Dantas Duarte, deputado Estadual Manoel Varela de
Albuquerque, deputado Estadual Antonio Pereira Dias, representando os deputados
Pedro Soares Amorim, Claudionor Thelogio de Andrade e Antonio Soares Filho,
prefeito Francisco Torres Peres, do Município de Angicos, prefeito deste
Município Capitão Luiz Gonzaga Cezar de Paiva, Diretor dos Correios e
Telégrafos José Anselmo Alves de Souza, Snr. José Gabriel Avelino, vice-prefeito
de Angicos, João Fernandes de Mello representando o prefeito de Macau, Luiz
Felipe Câmara , representante dos Snr. Jarino Tinoco, Francisco Pinheiro,
Gonzaga Galvão, Wanderlinder Germano, Francisco Souza e José da Silva Bastos,
Justino Xavier de Souza, representante do Snr. Deputado Federal Mota Neto,
Arlindo da Rocha Bezerra, representante do Snr. Floriano Paulino Pinheiro, e
grande número de amigos e correligionários e famílias.”
Ainda estiveram presentes, conforme as
assinaturas, entre outros: Afonso Avelino Dantas, José Vicente da Costa, Pedro
Alves Bezerra, Gildenor Monteiro Bezerra e Anna Marfisa Trindade.
2011 é o sesquicentenário
FONTE – UTINGA E FAMILIAS DO SERIDÓ